
A coordenadora de Cultura da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) no Brasil, Jurema Machado, inicia nesta quarta-feira, às 8h, a vistoria dos casarões tombados do Centro Histórico.
A inspeção servirá para avaliar o estado dos casarões para compor relatório preliminar. Participam da inspeção membros do Iphan, da Fundação Municipal de Patrimônio Histórico (FUMPH), da Secretaria Municipal de Urbanismo e Habitação (Semuhr), do Ministério Público Estadual (MPE) e Federal (MPF).
Segundo informações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan-MA) o resultado das primeiras inspeções aos prédios tombados do Centro Histórico de São Luís só será divulgado nesta quarta-feira durante coletiva às 16h30, na sede do Iphan. A perda do título de Patrimônio da Humanidade, recebido em 1997, deve ser decidida durante a coletiva.
Durante o dia desta terça-feira a representante da Unesco, Jurema Machado, esteve reunida com representantes do Patrimônio Cultural de São Luís. Pela manhã a coordenadora se reuniu com o secretário de Cultura do Estado, Joãozinho Ribeiro, diretor do Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Paisagístico do Maranhão (DPHAPMA), Alan Jorge e o superintendente de Patrimônio Cultural do Estado, Ananias Martins. À tarde, Jurema Machado conversou com o presidente da Associação Comercial do Maranhão (ACM), José Ribamar Barbosa Belo, diretor da Convention Beauro, Nan Souza e representantes do Ministério Público Estadual (MPE) e Federal (MPF).
Além das vistorias, nesta quarta-feira, a representante da Unesco se reunirá também com o prefeito Tadeu Palácio e com representantes da União de Moradores do Desterro. Visto que o bairro compreende mais da metade da área tombada do Centro Histórico de São Luís.
A visita de Jurema Machado é o primeiro passo real para a abertura ou não do processo de exclusão de São Luís da lista de cidades brasileiras tituladas como Patrimônio Histórico da Humanidade. Após a visita, a coordenadora fará um relatório sobre a situação em que encontrou o acervo arquitetônico da capital.
No relatório, devem ocorrer duas recomendações: a determinação de um prazo (que pode durar entre um e dois anos) para que os gestores públicos de São Luís equacionem os problemas que eventualmente forem detectados ou o início do processo de retirada de São Luís da lista das cidades com o título de Patrimônio Histórico da Humanidade. Amanhã, serão divulgadas as conclusões preliminares da visita.
Atualmente, nove cidades brasileiras são consideradas Patrimônio Histórico da Humanidade: Olinda, Salvador, Brasília, Goiás, também conhecida como Goiás Velho, no estado homônimo, Diamantina, Ouro Preto, Congonhas e São Miguel das Missões.
O alerta sobre a possibilidade real de São Luís perder o título de Patrimônio Cultural da Humanidade foi dado pelo presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, dia 30 de julho último, depois de verificar o estado de abandono do Centro Histórico de São Luís, com vários casos de depredação do acervo arquitetônico da cidade, como, por exemplo, a destruição de casarões para utilizá-los como estacionamentos.
O Centro Histórico de São Luís abriga o maior acervo arquitetônico da América Latina, composto por 5.600 casarões, sendo 3.500 tombados pela União. A área delimitada pela Unesco abrange cerca de 1.400 casarões, muitos dos quais estão sendo utilizados como estacionamentos ou encontram-se em ruínas, ameaçados de desabamento.
Imirante.com
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