domingo, 27 de julho de 2008

Internet não é confiável para obter informações de saúde, diz médico

E-mail que 'alerta' sobre perigos do adoçante traz dados errados.
Sites de saúde sérios costumam dar referências científicas, afirma especialista.
Luís Fernando Correia


A internet é uma excelente fonte de informações; a dificuldade está em separar o que é confiável e o que não é. A pedido de um ouvinte da rádio CBN vamos comentar um artigo sobre supostos perigos do uso do adoçante artificial aspartame recebido através de uma mensagem eletrônica.

Luis Fernando Correia é médico e apresentador do "Saúde em Foco", da CBN

O texto em questão trata de uma palestra proferida por uma doutora Marcy Mankle em uma conferência sobre Meio Ambiente e Aspartame e está replicada em vários sites na internet.

Bom, vamos aos fatos que pudemos levantar.

As evidências científicas mostram que o aspartame é seguro para o consumo humano. Somente o FDA, órgão responsável pelo controle de medicamentos e suplementos nos Estados Unidos, já revisou mais de cem estudos clínicos sobre a segurança do aspartame.

Um pequeno grupo de pessoas na população que sofre da doença hereditária fenilcetonúria devem evitar sua utilização. Esse fato motivou a exigência da divulgação no rótulo dos produtos que contém aspartame sobre a presença de fenilalanina, substância que causa problemas a esse grupo, estimado em cerca de uma a cada 16 mil pessoas no mundo.

Nas bases de dados que reúnem os artigos científicos publicados no mundo todo não existe referência aos problemas citados no texto do tal artigo.

Curiosamente, a responsável pela palestra que motivou o texto, que como já disse é exaustivamente repetido e copiado, também não aparece como autora de artigo científico algum até o dia de hoje.

Os sites que buscam divulgar informações de saúde de forma responsável habitualmente divulgam as referências científicas e as credenciais de quem está fornecendo as informações.

A internet, ao mesmo tempo, que é capaz de disseminar cultura e informação de uma forma jamais experimentada também é capaz de espalhar informações sem credibilidade com a mesma eficiência.

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